Um koan é uma pequena narrativa, um breve diálogo, questão ou afirmação no budismo zen. Ele contém aspectos que são inacessíveis à razão. Desta forma, o koan tem como objectivo, propiciar a iluminação espiritual do praticante de Budismo Zen.
Abaixo, selecionamos 10 Koans para a nossa reflexão. Leia pausadamente, tentando mais intuir que compreender a mensagem implícita.
Koan 1
Dois monges discutiam a respeito da bandeira do templo, que tremulava ao vento. Um deles disse:
– É a bandeira que se move.
O outro disse:
– É o vento que se move.
Trocaram ideias e não conseguiam chegar a um acordo. Então Hui-neng, o sexto patriarca, disse:
– Não é a bandeira que se move. Não é o vento que se move. É a mente dos senhores que se move.
Os dois monges ficaram perplexos.
Koan 2
Certa vez, o Mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No sonho, ele não tinha mais a mínima consciência de sua individualidade como pessoa. Ele era realmente uma borboleta. Repentinamente, ele acordou, e se descobriu deitado em sua cama, uma pessoa novamente.
Mas, então, ele pensou para si mesmo:
“Antes, fui um homem que sonhava ser uma borboleta ou, agora, sou uma borboleta que sonha ser um homem?”
Koan 3
Finalmente, após muitos sofrimentos, Shang Kwang foi aceite por Bodhidharma como seu discípulo. O jovem então perguntou ao mestre:
“Eu não tenho paz de espírito. Gostaria de pedir, Senhor, que pacificasse minha mente.”
“Ponha sua mente aqui na minha frente e eu a pacificarei!” replicou Bodhidharma.
“Mas… é impossível que eu faça isso!” afirmou Shang Kwang.
“Então já pacifiquei a sua mente.”, conclui o sábio.
Koan 4
Um dia um discípulo perguntou ao seu professor:
“Mestre, todas as coisas existentes têm de extinguir-se, mas há uma Verdade Eterna?”
“Sim,” disse o mestre. E apontou para o jardim:
“Ela é como as flores do campo, que de tão belas parecem brocados de pura seda; como um riacho aparentemente imóvel, mas que de facto está fluindo suavemente para o oceano.”
Koan 5
Num dia chuvoso, quando estava sentado com um discípulo no salão do templo e ouvindo as gotas d’água batendo suavemente no telhado e no pátio, o mestre Jing-qing perguntou ao outro monge:
“Que som é aquele lá fora?”
“É a chuva,” respondeu o monge. O mestre disse:
“Ao buscar fora de si mesmos alguma coisa, todos os seres se confundem com os significados.”
“Então,” replicou o discípulo, “como deveria eu me sentir em relação ao que percebo, Mestre?”
O sábio apenas disse:
“Eu sou o barulho da chuva.”
Koan 6
Um filósofo perguntou a Buddha:
“Sem palavras, sem silêncio, podeis vós revelar-me a Verdade?”
O Buddha permaneceu em silêncio.
O filósofo agradeceu profundamente e disse:
“Com vossa amável generosidade eu esclareci minha Ilusão e penetrei no verdadeiro caminho.”
Após o filósofo ter partido, Ananda perguntou ao Buddha o que ele havia obtido.
O Buddha replicou:
“Um bom cavalo corre apenas à visão da sombra do chicote.”
Koan 7
Quando Buddha atingiu a Suprema Iluminação, diz uma lenda que alguém lhe perguntou:
“Vós sois um Deus?”
“Não,” ele disse.
“Vós sois um santo?”
“Não”
“Então quem sois vós?”
Ele então disse:
“Eu sou Desperto.”
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