Resiliência é uma linda qualidade, essencial para o bem-estar. Significa ter a capacidade de absorver impactos, sem danos. Dobrar, não quebrar. De deixar a força do impacto lhe transformar, mas não depois conseguir voltar para seu ponto de equilíbrio, retomando sua harmonia. A vida nada mais é que uma sequência de desafios. E cada desafio traz consigo uma energia que temos que direcionar para nosso crescimento, mas que mal encarada, pode nos quebrar, um pouquinho ou muito. Aí que entra a qualidade da resiliência.
– Quais as características de uma pessoa resiliente?
A pessoa resiliente consegue lidar bem com desafios sem se desagastar, sem sair pior. Pelo contrário, crescendo e se fortalecendo.
– A resiliência é desenvolvida ou é inerente ao ser humano?
A resiliência é algo que precisamos desenvolver e reforçar cada vez mais. Isso acontece ao lidarmos bem com um desafio e sairmos por cima. Há muitos elementos para desenvolver a resiliência, mas dois são essenciais: mindfulness e dharma.
Mindfulness é um termo moderno para um dos aspectos dessa antiga prática de yoga. Em poucas palavras, significa estar ciente, estar consciente de sua consciência e ser capaz de experimentar um pensamento, uma sensação ou uma ação externa por completo, sem absoluta atenção. Isso exige muita prática porque a maioria das pessoas simplesmente se perde em pensamento – a todo momento. (Clique aqui para ver minha playlist de vídeos sobre mindfulness).
Dharma é um conceito muito rico, e a palavra tem muitos significados, mas meu foco será no dharma como aquilo que precisa ser feito – essência e dever. O dever pode ser algo imposto. A essência não pode ser imposta. Dharma, portanto, é aquele dever que nasce de quem você realmente é, que nasce de sua natureza. Não é uma imposição externa ou social. É o que você precisa fazer, em qualquer dado momento, para ser a melhor pessoa que você pode ser. É fazer a coisa certa na hora certa. Ser dhármico é mais do que simplesmente fazer o que é bom ou evitar uma conduta danosa ou violenta, embora isso certamente esteja incluído no conceito, e pode-se reduzir isso a uma lista do que se deve evitar. O dharma é fluídico, vivo e sensível aos diferentes aspectos de sua vida. Grandes mudanças no seu dharma podem ocorrer, literalmente, de um segundo para o outro. Uma maneira de entender o dharma é refrasear os clássicos dizeres: “Não pergunte o que o mundo pode fazer por você, mas pergunte o que você pode fazer pelo mundo”. (Clique aqui para ver minha playlist de vídeos sobre dharma).
Quando estamos praticando mindfulness e focados em nosso dharma, naturalmente vemos nossos desafios como partes essenciais de nosso caminho e assim temos a força natural para absorver os eventos como parte de algo maior, mais importante e mais bonito, que é nossa vida e nossa jornada espiritual.
– Muito se tem falado ultimamente em amor-próprio. Ser resiliente é também uma forma de amar mais a si mesmo?
Não diretamente. Mas quem tem amor-próprio vai ter uma força maior para lidar com os desafios, especialmente àqueles de natureza emocional, que surgem de conflitos pessoais.
– Quais as dicas para uma pessoa começar a desenvolver a resiliência em sua vida?
O ideal é criar um novo paradigma, uma nova forma de encarar a vida, que começa com o princípio que a vida é bela e tudo que acontece é para nosso bem-estar último. E a alerta é não cair na armadilha do vitimismo, de se sentir vítima dos eventos da vida. Veja este vídeo sobre os perigos do vitimismo:
Com essa mentalidade positiva, podemos buscar ferramentas essenciais do bem-estar, que resumo no Caminho 3T, e que incluem não só dharma e mindfulness, mas também cultivo de paz interior, busca por sabedoria e devoção.
Abaixo meu vídeo onde falo mais a respeito de resiliência.
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