Um novo estudo americano testou uma terapia programática e personalizada em dez pacientes com doença de Alzheimer precoce ou seus precursores, e viu melhoria sem precedentes em todos.
O estudo, realizado conjuntamente pelo Instituto Buck de Pesquisa sobre o Envelhecimento e a Universidade da Califórnia em Los Angeles, ambos nos EUA, é o primeiro a mostrar objetivamente que a perda de memória em pacientes pode ser revertida e essa melhoria pode ser sustentada usando um programa terapêutico complexo com 36 pontos que envolve mudanças abrangentes na dieta, estimulação do cérebro, exercício físico, otimização de sono, medicamentos e vitaminas específicos, além de vários passos adicionais que afetam a química do cérebro.
A abordagem segue o fracasso das monoterapias projetadas para tratar Alzheimer e o sucesso de terapias combinadas para o tratamento de outras doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, câncer e HIV.
Dale Bredesen, um dos autores do estudo, professor no Instituto Buck e na Universidade da Califórnia, afirma que décadas de pesquisa biomédica revelam que uma extensa rede de interações moleculares está envolvida na patogênese, sugerindo que uma terapia ampla pode ser mais eficaz.
“Imagine ter um telhado com 36 buracos, e sua droga remenda apenas um buraco muito bem – a droga pode funcionar, um buraco pode ter sido concertado, mas você ainda tem 35 outros vazamentos, e assim o processo subjacente pode não ser muito afetado”, disse ao portal Science Daily. “Pensamos que abordar vários alvos dentro da rede molecular pode ser aditivo ou mesmo sinérgico, e tal abordagem combinatória pode melhorar o desempenho de drogas também”.
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Todo mundo melhorou
Todos os dez pacientes envolvidos no estudo tinham comprometimento cognitivo leve (CCL), comprometimento cognitivo subjetivo (CCS) ou tinham sido diagnosticados com Alzheimer precoce antes de iniciar o programa.
Muitos dos doentes tiveram que parar de trabalhar por conta de sua condição, mas foram capazes de retornar ao emprego depois do tratamento. Os que não pararam de trabalhar foram capazes de melhorar o seu desempenho.
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Um dos casos mais marcantes envolveu um homem de 66 anos de idade cujo teste neuropsicológico era compatível com um diagnóstico de CCL e cuja tomografia mostrou utilização de glicose reduzida indicativa de Alzheimer precoce. Uma ressonância magnética ainda demostrou que seu volume do hipocampo era de apenas 17% do normal para sua idade.
Após 10 meses de terapia, uma ressonância magnética de acompanhamento indicou um aumento dramático de seu volume do hipocampo para 75%, com um aumento absoluto associado em volume de quase 12%.
Em outro exemplo, um empresário de 69 anos que estava no processo de fechar o seu negócio após 11 anos de perda progressiva da memória viu uma melhoria significativa depois de seis meses de tratamento.
Sua capacidade de fazer contas de cabeça voltou e ele pode lembrar o seu cronograma e reconhecer rostos no trabalho. Depois de 22 meses de protocolo, seus testes neuropsicológicos mostraram melhorias significativas em todas as categorias, com sua memória de longo prazo aumentando de 3% para 84%.
Outra paciente, uma mulher de 49 anos, estava apresentando dificuldade progressiva com a conclusão de palavras e reconhecimento facial quando iniciou seu protocolo. Ela havia feito um teste neuropsicológico em uma grande universidade e tinha sido avisada de que estava nos primeiros estágios de declínio cognitivo e, portanto, não era elegível para o programa de prevenção de Alzheimer.
Depois de vários meses de terapia, ela notou uma clara melhoria para ler, reconhecer faces e navegar, além de mais clareza mental e vocabulário. Sua capacidade de línguas estrangeiras retornou.
Nove meses após o início do programa, ela fez uma repetição dos testes neuropsicológicos na mesma universidade e já não mostrava evidência de declínio cognitivo.
Todos menos um dos dez pacientes incluídos no estudo estavam em risco genético para Alzheimer precoce, porque tinham pelo menos uma cópia do alelo APOE4. Cinco dos pacientes tinham duas cópias, o que lhes dá uma chance 10 a 12 vezes maior de desenvolver a doença. 65% dos casos de Alzheimer nos EUA envolvem APOE4.
Os resultados são uma boa notícia para todas as pessoas que possuem o gene. Aliás, para todos os 30 milhões de indivíduos que desenvolvem Alzheimer em todo o mundo. O trabalho não apresenta cura para Alzheimer definitiva, mas mostra que a condição pode ser mais gerenciável e até reversível.
Porém, Bredesen admite que mais estudos precisam ser feitos. “A magnitude da melhoria nestes dez pacientes é sem precedentes, proporcionando evidência de que essa abordagem programática é altamente eficaz”, disse. “Mesmo que vejamos as implicações de longo alcance deste sucesso, percebemos também que este é um estudo muito pequeno que precisa ser replicado em maior número em vários locais”.
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